segunda-feira, 14 de agosto de 2017

MEIO AMBIENTE

Degradação do meio ambiente no Rio só piora, alerta biólogo

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Dois rios continuam despejando diariamente uma quantidade enorme de esgoto e detritos na lagoa do Jacarepaguá.




Um ano após a realização da primeira Olimpíada na América do Sul, a degradação do meio ambiente da sede dos Jogos só piorou. A constatação é do biólogo Mario Moscatelli. Com o foco nas águas do complexo lagunar da Barra da Tijuca, no entorno do Parque Olímpico, ele revela que até mesmo as capivaras que circundavam a mata à beira das lagoas do Rio não estão resistindo à poluição.
“Muitas têm sido encontradas mortas sem nenhum ferimento, sem perfuração. Ou seja, não se trata de armadilha de caçadores. É por causa das toxinas, é pelo grau de contaminação”, disse Moscatelli, em entrevista ao Terra .
O biólogo é referência no estudo das condições das praias e lagoas das áreas urbanas do Rio. Durante os últimos anos, Moscatelli já vinha denunciando a situação ao redor do Parque Olímpico, que é margeado pela Lagoa de Jacarepaguá.
Ali, dois rios cercam a área que recebeu milhares de atletas do mundo inteiro em 2016. Tanto o Arroio Pavuna quanto o Pavuninha continuam despejando diariamente uma quantidade enorme de esgoto e detritos na lagoa.
“Esgoto, lixo e assoreamento agem em conjunto para que essas lagoas da Barra mantenham o título de campeãs da América ‘Latrina’. É isso mesmo: essas áreas se tornaram uma grande latrina, graças à omissão dos governos federal, estadual e municipal.”

“Vou sugerir que se faça uma Operação Lava Latrina, mostrando os crimes ambientais cometidos diariamente ali e em outras regiões do Rio", diz o biólogo Mario Moscatelli.
“Vou sugerir que se faça uma Operação Lava Latrina, mostrando os crimes ambientais cometidos diariamente ali e em outras regiões do Rio", diz o biólogo Mario Moscatelli.
Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra
Cansado de ouvir promessas das autoridades sobre a recuperação das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e Lagoinha – que formam o complexo laguna da Barra numa extensão de 15 quilômetros –, Moscatelli vai encaminhar esta semana um relatório da situação ao Ministério Público Federal.
“Vou sugerir que se faça uma Operação Lava Latrina, mostrando os crimes ambientais cometidos diariamente ali e em outras regiões do Rio. Antes, quando sobrava dinheiro para a Olimpíada, nada foi feito. Hoje, com a crise por que passa o Rio, a alegação é de que falta dinheiro. Essa representação ao Ministério Público Federal vai especificar o impacto dos problemas ambientais na economia e na saúde pública da cidade.”
O Rio não cumpriu nenhum dos compromissos assumidos para o meio ambiente no dossiê da candidatura para os Jogos de 2016. Um deles, o tratamento do esgoto lançado na Baía de Guanabara, também não avançou e frustrou ativistas e atletas que velejaram pelo local durante a Olimpíada.

TERRA

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